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O diretor do foro deu as boas-vindas aos(às) participantes, destacando a importância de cada um deles para o funcionamento da Justiça

 

A Comissão de Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual e à Discriminação da Justiça Federal do Espírito Santo (JFES) realizou na tarde de 6 de maio, no oitavo andar da Seccional, em Vitória, o evento “Juntas e seguras no ambiente de trabalho“, palestra e roda de conversa com a advogada Renata Bravo, especialista em Direito da Mulher.

A palestra foi destinada às colaboradoras e aos colaboradores das empresas que prestam serviço na sede da Seção Judiciária, em Vitória, e nas subseções de Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Linhares, Colatina e Serra. As subseccionais participaram da roda de conversa por videoconferência, inclusive com a possibilidade de enviar perguntas e comentários pelo Whatsapp.

O evento deu continuidade na SJES às atividades da Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação do Poder Judiciário, que acontece de 6 a 10 de maio em todo o Poder Judiciário, numa iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Hoje também, a Justiça Federal da 2ª Região lançou a campanha “Juntos contra o assédio e a discriminação – Informar para conscientizar”, programada pelas comissões de enfrentamento ao assédio e à discriminação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), da Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ) e da Seção Judiciária do Espírito Santo (SJES).

 

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Participaram funcionários e funcionárias das empresas terceirizadas de vigilância, limpeza, manutenção predial, jardinagem, mensageria e informática

 

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Juíza federal Flávia Rocha Garcia

O bate-papo foi aberto pela juíza federal Flávia Rocha Garcia, vice-presidente da Comissão de Enfrentamento ao Assédio e à Discriminação na JFES, que foi quem convidou a palestrante para o evento.

A magistrada destacou que durante a Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação, todo o Poder Judiciário brasileiro realizará ações de reflexão sobre como melhorar a qualidade do ambiente de trabalho. “Vivemos numa sociedade muito diversa e, com as redes sociais, as diferenças de cultura e ideologia acabam trazendo conflitos para nossos ambientes”, observou a juíza.

Em seguida, o diretor do foro, juiz federal Rogerio Moreira Alves, parabenizou a comissão pela iniciativa e deu as boas-vindas aos(às) participantes. “No dia a dia nem sempre temos a oportunidade de dizer, mas cada um de vocês é muito importante para nós”, declarou.

 

Mão estendida

Renata Bravo, por sua vez, iniciou a conversa declarando sua felicidade ao ver todas 46 cadeiras do salão ocupadas e também pela participação dos colaboradores e colaboradoras do interior. Revelou que, além de advogada, é “militante do direito à igualdade e de uma sociedade mais justa para todo mundo” e que criou, em 2020, durante a pandemia da Covid-19, o coletivo “Juntas e Seguras” (@juntaseseguras, no Instagram), para atender a mulheres vítimas de assédio e violência doméstica que, naquele momento, tinham ainda mais dificuldade de pedir ajuda.

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Palestrante, Renata Bravo

A advogada acredita que “informação de qualidade pode salvar vidas”. “Muita gente ainda não sabe a quem recorrer e quais são seus direitos”, alertou, destacando, contudo, que ainda mais importante que informar é conscientizar as pessoas antes que a violência ocorra, e que esse seria o principal objetivo daquela conversa.

A palestrante confessou ter ficado especialmente feliz com a grande participação de homens naquele evento. “Precisamos que vocês sejam nossos aliados nessa luta, para que todo mundo possa viver sua crença, orientação sexual e ideologia de forma livre”, pontuou.

De acordo com a advogada, mulheres vítimas de violência doméstica faltam ao trabalho em média 18 dias por ano, e faltam porque sentem vergonha. “Temos que aprender a não discriminar essas mulheres, não fazer piada sobre o que elas passam, não achar que elas não deixam o companheiro porque não querem ou porque ‘gostam de apanhar’. Elas não ‘largam’ o companheiro por outros motivos, muitas vezes porque não podem. É preciso que elas encontrem em nosso ambiente sempre uma mão estendida, uma rede de apoio. A Polícia, a Defensoria Pública, o Serviço Social, tudo isso é essencial. Mas a vizinha, a mãe, a filha, os irmãos, também são muito importantes”, ressaltou.

 

 

Roda De Conversa Terceirizados Assédio Cachoeiro

Participação dos terceirizados e terceirizadas da Subseção Judiciária de Cachoeiro de Itapemirim

 

Homens e mulheres unidos

Ainda de acordo com Renata Bravo, cerca de 70% dos agressores dessas mulheres são seus namorados, companheiros, ex-namorados, ex-companheiros. São pessoas comuns, com qualidades, com quem temos

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Juíza federal Enara Olímpio

uma boa convivência, mas que agem de forma violenta com as mulheres. “Sabemos que não são todos os homens que são assim. Então, ao perceber que um colega está falando algo ruim, fazendo alguma piada de discriminação, peça pra parar. Precisamos de uma rede unida, de homens e mulheres, pelo fim da violência e da discriminação”, declarou.

 

Menos julgamento, mais acolhimento

Renata falou sobre medidas protetivas e também sobre os tipos de violência doméstica que existem: moral, psicológica, patrimonial, sexual e física. E reforçou a importância de buscar ajuda e de evitar, em nosso ambiente, qualquer discriminação por religião, tipo de cabelo, cor da pele, relacionamento. “É piada, mas machuca. Que possamos criar um ambiente de mais acolhimento e menos julgamento. Uma sociedade mais bonita e plural, com liberdade de pensamento. Uma sociedade em que meninas e mulheres possam viver sem violência, com dignidade e igualdade de direitos”.

A presidente da Comissão de Enfrentamento do Assédio e da Discriminação da JFES, juíza federal Enara de Oliveira Olímpio, também presente ao evento, destacou que é importante que as situações de assédio e discriminação cheguem até a comissão. “A Luzia [Aparecida Lucas, da D&L] faz parte da comissão, tem um diálogo muito bom com a gente e tem se colocado à disposição para colaborar com um ambiente mais sadio e unido para todos.” Saiba mais sobre a Comissão e a quem procurar.

Ao final, foi aberto espaço para perguntas e, depois, os(as) participantes foram convidados para um lanche especial oferecido pela Direção do Foro.

 

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Fique atento às próximas ações da campanha da 2ª Região –  “Juntos contra o assédio e a discriminação – Informar para conscientizar” – que ocorrerão durante toda a semana.