Em alusão à Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação no Judiciário, estabelecida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), através da Resolução n. 450/2022, o programa “Nós por Elas” promoveu dois encontros on-line nos dias 3 e 5 de maio.

O primeiro evento (3/5) ocorreu dentro do programa Tela Redonda, bate-papo virtual, criado na Seção Judiciária do Espírito Santo (SJES), para discutir temas diversos como ferramentas de gestão para o trabalho remoto, auxílio emergencial, racismo, mercado de trabalho para transexuais, mindfulness, dentre outros.

Na oportunidade, abordou-se o tema “O diferente é você – As identidades auxiliando no combate ao assédio”, sendo discutidas as formas de discriminação e assédio no trabalho e apresentando-se a “pedagogia das diferenças” em combate à negação do desequilíbrio que impõe a interação como “concorrentes em igualdade de condições”.

O evento, que foi dividido em três momentos (conversa informal, palestra e debate acerca do tema proposto), contou com a apresentação da servidora Jhamille Roberts Tyler, da Seção de Desenvolvimento de Pessoas e Estágio da SJES. A mediação dos debates ficou a cargo da juíza federal da SJES Enara de Oliveira Olímpio Ramos Pinto, titular da 2ª Vara Federal Cível de Vitória e presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual da SJES. Como palestrante convidado, o evento contou com Rafael Nespoli,  chefe de Gabinete na 3ª Turma Recursal da SJES.

Print da tela com a imagem da juíza federal da SJES Enara Olímpio

Enara Olímpio iniciou sua fala destacando a importância do tema e o seu objetivo que é “debater a formação das identidades e o processo de adesão dessas identidades pelos indivíduos (…) além de jogar luzes sobre a importância de relações mais humanizadas no ambiente de trabalho, trazendo discussões vinculadas a uma pauta antidiscriminatória e inclusiva, que deve fundamentar uma sociedade mais democrática”, disse.

Acrescentou, ainda, a importância da parceria do programa “Nós Por Elas”  com o movimento HeforShe da Organização das Nações Unidas (ONU), que é voltado a campanhas de conscientização, na busca de “viabilizar a criação de espaços de reflexão acerca do assédio na sua interseção com outras temáticas, tais como: de gênero, saúde e teletrabalho”, destacou.

Em seguida foi a vez de Rafael Nespoli abordar a  importância da formação consciente da identidade de cada um e como lidar com o diferente. De acordo com o servidor,  “a pedagogia da diferença seria uma perspectiva política de diversidade que propõe a discussão da identidade pela produção. A diversidade sendo o ponto final de um processo conduzido por operações de diferenciação.”

Print da tela com a imagem do servidor da SJES Rafael NespoliPara Rafael, o ideal é romper com a ideia de que há uma identidade hegemônica e que existem identidades que são subalternas. Tal concepção  motivou o  tema do Tela Redonda, já que a diferença tem que ser uma perspectiva em relação à identidade para todos, olhar o outro “como um alternativa de vida”, afirmou.

Para assistir à íntegra do evento Tela Redonda “O diferente é você – As identidades auxiliando no combate ao assédio”, acesse o  canal do TRF2 no YouTube.

Já no dia 5/5, sexta-feira, teve lugar a Roda de Conversa, cujo tema central foi Desafios da humanização e do combate ao assédio em “Tempos de tempo exíguo”. Organizado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), o objetivo do debate foi divulgar o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, recentemente editado pelo CNJ, além de debater modelos humanizados de organização do trabalho e mobilizar magistrados e servidores para o combate ao assédio e à discriminação.

O evento contou com a participação da conselheira do CNJ e coordenadora do Comitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual e da Discriminação no Poder Judiciário, Salise Sanchotene, na qualidade de palestrante convidada; do presidente do TRF2, desembargador federal Guilherme Calmon; da corregedora regional da Justiça Federal da 2ª Região, desembargadora federal Letícia de Santis Mello; da presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual do TRF2, juíza federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ) Maria Cristina Ribeiro Botelho Kanto; além dos mediadores, juíza federal da SJRJ Ana Carolina Vieira de Carvalho e  Bruno Farah, psicólogo da Divisão de Atenção à Saúde (Disau/TRF2).

Da esquerda para a direita, juíza federal Ana Carolina Vieira de Carvalho, a conselheira do CNJ Salise Sanchonete, a juíza federal Maria Cristina Ribeiro Botelho Kanto, o desembargador federal Guilherme Calmon e o psicólogo do TRF2, Bruno Farah.

A abertura da Roda de Conversa foi comandada pelo presidente do TRF2, que reforçou a importância da reflexão acerca do tema, destacando que é necessário avançar e desenvolver uma política de combate ao assédio, que passa por debates e discussões e culmina em projetos concretos a serem implementados não só na 2ª Região, mas na Justiça como um todo.

Print da tela contendo a imagem de seis pessoas, sendo elas, da esquerda para direita a juíza federal Ana Carolina Vieira de Carvalho, a conselheira do CNJ Salise Sanchonete, a juíza federal Maria Cristina Kanto, o desembargador federal Guilherme Calmon e o psicólogo do TRF2, Bruno Farah..

Da esquerda para a direita, juíza federal Ana Carolina Vieira de Carvalho, a conselheira do CNJ Salise Sanchonete, a juíza federal Maria Cristina Ribeiro Botelho Kanto, o desembargador federal Guilherme Calmon e o psicólogo do TRF2, Bruno Farah.

Em seguida, a palestrante Salise Sanchonete destacou o engajamento de magistrados, servidores e de todos os auxiliares da Justiça, na adoção de ferramentas e soluções baseadas nos usos potenciais da tecnologia, que inclui a essencial compreensão dos sentidos e a importância do agir inovador. Segundo ela, a inovação é uma mudança de comportamento dentro da instituição.

A conselheira ressaltou, ainda, a importância de combater a depressão, o assédio, a discriminação e a desigualdade de gênero dentro dos tribunais. Para ela, é necessário trabalhar a prevenção e repressão do assédio e discriminação. “Nós temos que trabalhar o coletivo, mas também o caso individual para que a gente não caia em descredibilidade, para que as pessoas confiem nas Comissões formadas dentro dos tribunais.”, comentou.

Para assistir à integra do evento Roda de Conversa: Desafios da humanização e do combate ao assédio em “Tempos de tempo exíguo”, acesse o canal do TRF2 no YouTube.

*Fonte: TRF2