Design Sem Nome (31)

Não foram só os corredores dos hospitais que experimentaram um aumento exponencial de pessoas precisando ajuda profissional para salvar as suas vidas em decorrência do novo Coronavírus. As varas da Justiça Federal também viram uma multidão bater às portas da noite para o dia em busca não de socorro médico, mas do auxílio financeiro emergencial de R$ 600,00 que o Governo Federal destinou à população de baixa renda diretamente atingida pela crise econômica derivada da pandemia viral.

Para ter direito ao auxílio emergencial, o cidadão deveria, através do aplicativo disponibilizado pela Caixa Econômica Federal, preencher uma série de requisitos. Caso seu pleito fosse recusado só restava recorrer à Justiça para conseguir o auxílio emergencial a que tivesse direito.

Isso criou uma demanda de milhares de pedidos em poucos dias, que só puderam ser atendidos com a urgência que os casos mereciam através do mutirão voluntário de servidores da Justiça Federal que, dando suporte e atendendo diretamente ao jurisdicionado no tempo necessário, conseguiu dar efetividade às demandas judiciais, facilitando o acesso ao e-Proc de forma remota, mesmo para aquelas pessoas que tinham pouquíssimos conhecimentos de informática ou das leis.

Inovação

Mas não foi uma tarefa fácil, ainda mais em tempos de trabalho remoto.

Diversas ferramentas foram utilizadas, seja em suas funções normais, seja de forma inovadora, como o e-mail institucional, o GLPI, o Trello, Sistema de Chamados e o sistema de peticionamento informatizado,  em um desafio de criatividade e integração de soluções para desobstruir os gargalos que surgiam durante o processo com muito planejamento, coordenação das equipes de voluntários, atendimento remoto dos jurisdicionados, produção de vídeos explicativos e de cartilhas eletrônicas, força-tarefa para a conferência de documentos enviados pelos demandantes, videochamadas, envio de login e senha de acesso ao e-Proc e muito mais.

Efetividade

Esse grande esforço de coordenação voluntária em prol do jurisdicionado perdurou de 30 de julho a 19 de dezembro de 2020, quase um semestre inteiro de trabalho ininterrupto que começou com o pedido da juíza federal Cristiane Conde Chmatalik, diretora do foro, para que os servidores que dispusessem de tempo e pudessem ajudar que participassem desse mutirão, envolveu 46 servidores, dos quais 43 foram voluntários, terminando 143 dias depois com mais de 2.500 solicitações de suporte ao usuário, das quais, estima-se que mais de 1.500 jurisdicionados – por conta do mutirão – foram atendidos e puderam pleitear na Justiça o seu direito ao auxílio emergencial.