Tela Redonda Inteligência Sistêmica

A professora, doutora, advogada, facilitadora em Justiça Restaurativa, Virgínia Luna Smith foi a palestrante do bate-papo virtual ‘Tela Redonda’ do dia 24/6, que tratou do tema “Inteligência sistêmica aplicada ao ambiente de trabalho”.  O evento foi realizado pela Justiça Federal do Espírito Santo e contou com o apoio da Defensoria Pública da União – DPU, representado pela defensora pública federal e mediadora Aline Pacheco.

Presentes ao evento as juízas federais Enara de Oliveira Olímpio Ramos Pinto, presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual da JFES, e Cristiane Conde Chmatalik, da 6ª VF-Cível e coordenadora do Laboratório de Inovação – InovarES, além de gestores e servidores do judiciário federal de todo o Estado.

A palestrante convidada falou sobre inteligência sistêmica e encontrar o “nosso lugar”.  Citou o alemão Anton Suitbert “Bert” Hellinger, criador do método terapêutico de Constelações Familiares, já usado pelo Poder Judiciário, que observou existirem leis naturais que atuam nos relacionamentos interpessoais. Seriam elas as leis do pertencimento, da ordem ou hierarquia e do equilíbrio.  A cada uma dessas leis é atribuído um comportamento não apenas de pessoas, mas também de fatos, tanto nas relações humanas como nas organizações.

A abordagem continuou com a qualificação dos papéis que assumimos nas nossas relações, nos nossos sistemas que se interligam: a vítima, o agressor e o salvador.  Além de destacar suas características e consequências, Virgínia Smith também apresentou propostas para mudanças desses comportamentos.

Para finalizar, citou Sêneca – “O homem sábio não se revolta contra a natureza”, dentro das possibilidades que a realidade nos oferece; “Sapiens”, livro do professor e historiador Yuval Harari – de que 65% dos alunos de ensino médio hoje irão exercer profissões que ainda não existem, sendo que 45% dos empregos hoje existentes irão desaparecer até 2050; e o “Poema do Semelhante”, de Elisa Lucinda.

“É preciso acolher o outro, enxergar o outro no limite do que ele possa dar.  Vamos esperar dele o melhor que ele possa ser”, disse a palestrante em mensagem final.

Aplicar a inteligência sistêmica seria, em suma, “repensar as nossas relações e a forma como nos posicionamos na vida.”

Humanização

O evento foi mais uma iniciativa da Comissão de Enfrentamento e Prevenção ao Assédio da Justiça Federal do Espírito Santo (JFES), instituída pela Portaria JFES Nº 5, de 28 de janeiro de 2021, em cumprimento à Resolução nº 351/2020, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que criou uma política nacional de enfrentamento ao assédio e à discriminação no âmbito do Judiciário.

Na JFES, a comissão é formada por magistrados, magistradas, servidores, servidoras, estagiária, colaboradora terceirizada e representantes da Defensoria Pública da União no ES (DPU/ES), da Procuradoria da República (PR/ES) e da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES).

Presidida pela juíza federal Enara de Oliveira Olímpio Ramos Pinto (titular da 2ª Vara Federal Cível de Vitória), a comissão funciona como um canal de escuta e acolhimento para quem passa por situações de assédio na Seção Judiciária, além de atuar na promoção de ações de capacitação voltadas para o tema. A comissão já realizou dois eventos sobre assédio moral, sexual e institucional, tendo como convidadas a juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e escritora Andréa Pachá e a advogada e professora universitária Jeane Martins.

Com relação ao tema do bate-papo do dia 24/6, Enara Olímpio acredita que “a inteligência sistêmica vai na linha da humanização do tratamento no trabalho, de olhar o servidor numa integralidade, como uma pessoa que tem uma vida fora, que também tem uma origem, e que seu trabalho na equipe compõe um contexto a par de outros em que ele vive”.

Tela Redonda

Os eventos virtuais “Tela Redonda” foram criados pela Justiça Federal em maio do ano passado, nos primeiros meses da pandemia do Novo Coronavírus, como forma de propiciar a magistrados, servidores e público em geral momentos de encontro e reflexão sobre temas relevantes, durante o regime de trabalho remoto.

Inicialmente realizado pela plataforma de videoconferências Cisco Webex, o ‘Tela’ utiliza agora a ferramenta Zoom, pela qual a JFES vem realizando suas reuniões, audiências e sessões de julgamento.

O Tela Redonda promoveu até agora 32 eventos virtuais sobre os mais variados temas – saúde, gestão, direito, tecnologia, inovação, educação e pautas sociais, como discriminação racial e de gênero.

O evento foi aberto ao público, assim como são os ‘Tela Redonda’ realizados pela JFES. Acompanhe os próximos temas nos canais oficiais da Justiça Federal do ES na internet, no Twitter e no Instagram.