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Laboratoristas com a juíza federal Cristiane Conde Chmatalik (coordenadora do InovarES) e o diretor da Secretaria Geral Roger Croce Pinheiro

Em continuidade aos eventos comemorativos ao Mês do Servidor na Seção Judiciária do Espírito Santo, a Seccional festejou na sexta-feira, 6 de outubro, os 5 anos de implantação do Laboratório de Inovação do órgão – InovarES.

A fundadora e coordenadora do Laboratório juíza federal Cristiane Conde Chmatalik abriu o evento agradecendo a presença dos diretores do foro, da JFES, juiz federal Rogerio Moreira Alves – “que nos auxilia na implantação da política de inovação na Seção Judiciária” – e da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, juiz federal Eduardo André Brandão de Brito Fernandes. “Nós implementamos a inovação na Justiça Federal do Brasil, juntos”, destacou a magistrada, a respeito do colega.

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O diretor do foro da JFES Rogerio Moreira Alves, ao centro, ladeado pelo diretor do foro da JFRJ Eduardo André, pelo juiz auxiliar da Presidência TRE-ES Délio José Rocha Sobrinho, pela juíza federal Cristiane Chmatalik e juiz federal Marcelo Rosado

Cristiane Chmatalik agradeceu ainda a presença dos demais convidados: Danilo Magno Marchiori, Secretário de TI do TRE-ES; Délio José Rocha Sobrinho, juiz auxiliar da Presidência TRE-ES; Nara Falcheto Caliman, gerente de Inovação Seger/Governo do ES; Ivana Bonesi Rodrigues Lellis, coordenadora LinoJUS – FDV – e Isabela Pimentel Simmer, também da FDV; Lívia Sthéfanie Gouvêa Lima, gestora do INPI; juiz federal Aylton Bonomo Júnior, vice presidente da Ajuferjes no ES; Luciano Brambila, da Secretaria de Governança e Gestão Estratégica do TRT17, representando a Presidência do órgão; Isabela Ferrari, juíza da SJRJ da 1ª Vara Federal de Itaboraí; Marcelo da Rocha Rosado, juiz da 2ª Turma Recursal, e Eloá Ferreira Alves, do 4º JEF.

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Rogerio Moreira Alves e Cristiane Chmatalik com as professoras da FDV Ivana Bonesi Rodrigues Lellis e Isabela Pimentel Simmer

 

Agradeceu também a presença dos laboratoristas, na pessoa do servidor Carlos Chaves Damásio, diretor da Divisão de Infraestrutura (DIF) – “que é nosso querido que implementou as usinas fotovoltaicas” – e do Ronnie Francis Rangel Mariano, supervisor da Seção de Desenvolvimento de Pessoas e Estágio (Sedpe/DGP). “É muito importante termos a ‘escola da Seção Judiciária’ junto com o laboratório. É a oportunidade de unir a inovação ao aprimoramento contínuo dos servidores”, disse a magistrada.

O que já fizemos

A programação começou com o Painel ‘O que já fizemos’, a cargo da diretora de secretaria da 6ª Vara Federal Cível, Neidy Aparecida Emerick Torrezani, laboratorista do InovarES, e da gerente de Inovação da Secretaria de Governança e Gestão (Seger) do Governo do Estado do Espírito Santo, Nara Falqueto Caliman.

Neidy iniciou convidando a todos para conhecerem as instalações do Laboratório de Inovação da SJES – localizado no 7º andar da sede, em Vitória, anexo ao Centro de Capacitação – e a participarem de suas iniciativas. Lembrou que o laboratório foi criado em maio de 2018, chamado inicialmente de IjusLab. Depois, numa enquete em 2020, foi renomeado para InovarES, ganhando uma nova logomarca, com símbolos capixabas, como o colibri, a orquídea e as cores rosa, azul, e também a cor verde, da logomarca da Justiça Federal.

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Servidores, magistrados e convidados. À frente, os painelistas André Tamura, Nara Falqueto, Neidy Torrezani e Roger Pinheiro

Em seguida, a laboratorista apresentou os principais projetos e parcerias realizadas entre 2028 e 2023. Destacou aqueles desenvolvidos logo no início, tendo como desafio as restrições orçamentárias impostas naquele ano, em que a Seção Judiciária precisava “fazer mais com menos”. Usina fotovoltaica, Gastômetro, Brigada e-Proc e Queima de Arquivo foram alguns deles. Também destacou os que foram desenvolvidos à época da pandemia da Covid-19, como protocolo eletrônico de ações atermadas remotamente, audiências virtuais, tutorial para abertura de ações nos JEFs, Tela Redonda (bate-papo semanal sobre como lidar com as ferramentas digitais), 1º pregão eletrônico por videoconferência, ambientação virtual de novos servidores, chatbot e mutirão para atender à ‘enxurrada’ de ações relacionadas ao auxílio emergencial concedido pelo Governo.

Dentre as parcerias, Neidy citou as oficinas realizadas em conjunto com o LIODS CNJ – Laboratório de Inovação, Inteligência e ODS: o  4º Liods, o 8º Liods (acidentes barragens), o Liods CN (perícia médica), a parceria com a Enfam sobre Jurisdição Inovadora, o Ateliê de Justiça da Saúde, parceria com a Emarf na Formação de Formadores, dentre outras,

Em seguida, Nara Falqueto Caliman, gerente de Inovação Seger, falou sobre a experiência do Estado do ES, considerado um dos mais inovadores do Brasil, segundo a juíza federal Cristiane Chmatalik. Nara destacou que a grande missão do laboratório de inovação é “conectar pessoas em prol de objetivos comuns”. “E já que estamos no Mês do Servidor, é importante dizer que o que queremos é acender ou reacender ou ajudar a identificar a chama da inovação que já existe entre nós, servidores”, declarou, parabenizando a SJES pelo laboratório.

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Com a coordenadora do InovarES, as juízas federais Caroline Tauk (JFRJ) e Eloá Alves Ferreira (JFES)

 

O futuro da inovação

No Painel ‘O Futuro da Inovação’, o consultor André Tamura, fundador e diretor Executivo da WeGov, e empreendedor entusiasta da inovação no setor público e das transformações sociais, revelou que se emocionou ao entrar no prédio da SJES após 5 anos. “Naquela época, ouvíamos que era impossível implantar inovação no Poder Judiciário. Agora o CNJ diz que é obrigatório”, salientou.

André mostrou uma foto da turma do HubJus realizado na Seção Judiciária em 2028, passou um vídeo produzido por um dos grupos naquela época, e afirmou: “Quando juntamos as pessoas, usando as tecnologias disponíveis, temos o poder de transformar”. Em seguida trouxe reflexões sobre até onde a máquina pode substituir o humano.

“Achávamos que o que ia nos restar como ser humano era pensar. As máquinas já pensam. Mas elas não sentem”, observou, afirmando que “a gente tem que se diferenciar das tecnologias, com as nossas capacidades. Antes a emoção ficaria do lado de fora da porta. Agora não. É urgente trocar o conceito efetividade para afetividade”. E também lembrou da importância da inovação e do Poder Público nos anos de pandemia. “Se não fosse o Poder Público estaríamos mortos dois anos atrás”.

Para André Tamura, é preciso “presentear o futuro, duplamente’. “O que podemos entregar do presente para o futuro?”, provocou.

Mostrou ferramentas antigas – como máquina de escrever, etc – e chamou a atenção para a rapidez com que a tecnologia evolui. “Poucos meses atrás estávamos correndo atrás do metaverso. Agora é o ChatGPT. Precisamos aprender a nos relacionar com as ferramentas mas também uns com os outros. As competências mudaram. Temos que nos resignificar, abraçar o futuro”.

Como recado final, o diretor da WeGov invocou: “Não se padronize, não se robotize. A era digital acabou com vários processos necessários para reflexão humana. Precisamos refletir sobre empatia, filosofia, tecnologia, democracia, sociologia. Usar tecnologia moderna sem perder de vista nossa humanidade.”

Roger Croce Pinheiro, diretor da Secretaria Geral da SJES, foi na mesma linha, destacando que o futuro da inovação é o que chamou de ‘tecnologia humana’, como o sonho, a empatia, a conexão entre as pessoas, a criatividade.

“Na Administração, estamos implantando formulários, tecnologias, robôs, porque em determinado momento estávamos fazendo atividades que podem ser feitas por um robô, de maneira ágil. Queremos otimizar processos e a gente vai em busca disso. Mas sem esquecer que a Resolução 395, do CNJ, que estabelece a criação de ambiente que promova cultura de inovação, reforça o fundamento do artigo 1º da Constituição Federal, que trata da Dignidade da Pessoa Humana.  Precisamos tratar o humano como foco de tudo”.

A juíza federal da SJRJ Caroline Tauk, por sua vez, falou sobre o desenvolvimento tecnológico do processo judicial no Brasil e declarou que, embora a inovação não precise necessariamente ter ligação com a tecnologia, muitas vezes é preciso “lidar” com ela e que se faz necessário aprimorar a nossa comunicação com as áreas de tecnologia da informação. “A tecnologia não existe sozinha. A gente tem que saber apontar quais são as ‘dores’ do nosso sistema”. “A Comunicação nossa com a TI tem que melhorar muito”, enfatizou.

A magistrada – que é coordenadora Acadêmica do centro de Inovação, Administração e Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas e presidente do Comitê Gestor de Proteção de Dados do TRF2 – destacou a importância da inovação “pequenininha, que vai se conquistando aos poucos”. “Não é para ficarmos esperando ‘um Einstein’ ou que vai vir uma grande inovação, um rompante de brilhantismo. A inovação que a gente precisa no Judiciário é a incrementada aos poucos. São os pequenos processos que nos levam à inovação”.

Em seguida apresentou exemplos de iniciativas inovadoras no Judiciário. Um deles foi o projeto “Audiência Legal”, desenvolvido pelos alunos da especialização em Direito Digital da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), – que traz vídeos com orientações sobre a participação em audiências judiciais. O objetivo do projeto é simplificar a forma de transmitir as informações jurídicas, facilitar a compreensão e o acesso ao processo judicial, orientar a forma correta de agir e se portar durante uma audiência, visando fortalecer no usuário do sistema de justiça a sensação de segurança e respeito ao seu papel como colaborador na formação da decisão judicial, seja como parte ou testemunha (veja abaixo).