O diretor do foro da Seção Judiciária do Espírito Santo, juiz federal Rogerio Moreira Alves, abriu as homenagens da tarde ao desembargador federal Antonio Ivan Athié, que se aposentou no dia 31/5/2023, após 35 anos dedicados à magistratura federal.

Inicialmente, o diretor do foro fez questão de saudar o mais novo desembargador federal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Macário Ramos Júdice Neto, empossado em 21/6, que, representando o presidente do daquela Corte, veio prestigiar a homenagem ao colega agora aposentado. “Macário iniciou a sua carreira na magistratura federal, 30 anos atrás, no cargo de juiz federal substituto, aqui, nesta Seção Judiciária”, registrou.

Honraria

Rogerio Alves destacou a honraria que lhe cabia em prestar homenagem a Ivan Athié, fez uma breve leitura do currículo do magistrado e lembrou de seus contatos, ainda como servidor da SJES, com o desembargador. Em um desses momentos, por volta do ano 2000, ficaram marcados em sua memória o decoro e a cordialidade no atendimento às partes.

“Lá estava eu aguardando, na antessala da vara, quando a porta do gabinete se abriu, saiu uma advogada, que Vossa Excelência tinha acabado de atender, e Vossa Excelência acompanhou a advogada pela extensão da sala, abriu a porta, dirigiu palavras gentis. E aquele episódio me marcou, porque ali eu vi o modelo de elegância, de fidalguia, que transmite leveza à vida. E eu confesso, com muita sinceridade, que aquele episódio me marcou, porque eu vi ali a importância de darmos atenção a quem recebemos”.

Medalha

Em seguida, foi entregue a Medalha do Mérito Judiciário Federal, instituída pela juíza federal Cristiane Conde Chamtalik, em sua gestão junto à Direção do Foro, em 2018, com o objetivo de “agraciar autoridades, personalidades e instituições que tenham colaborado com relevantes serviços no sentido de divulgar ou fortalecer a Seção Judiciária do Espírito Santo (…), dentre outros”.

Após ser aplaudido de pé, o homenageado fez seu agradecimento, recordando aspectos de sua vida desde Piracicaba-SP, quando começou a fazer sua própria vida, por meio de um estágio, para aprender a advogar.  Na época, estava ainda no quarto ano de Direito, e trabalhava com seu pai.

Sabedoria

“E foi difícil encontrar alguém que desse um estágio para um menino novo com eu era ainda, um menino intrépido, um menino interessante.  Acabei conseguindo um escritório de um advogado negro, da origem mais humilde que se possa imaginar.  O pai dele era um carroceiro, formou-se com muita dificuldade, mas era um homem de extrema sabedoria e com quem eu aprendi quase tudo que eu sei no momento.  E ele me forneceu o ensinamento”, contou.

Após obter sua carteira de advogado, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), “no único exame que fiz, o primeiro, e passei”, Ivan Athié continuou atuando como advogado, até fazer o concurso para Procurador da República.

“Aí apareceu um concurso para juiz.  Fiz também e acabei passando.  Minha vara era em Porto Alegre, mas tinha um juiz com quem havia trabalhado em Brasília, que depois foi presidente do Supremo Tribunal Federal, Ilmar Galvão, que respondia por Rondônia e Acre, na primeira instância da Justiça Federal.  E acabei indo para lá”, afirmou.

Ficou como único magistrado no local durante quase todo o tempo “e só no final a Dra. Marilena [Franco], já falecida, que foi aprovada no concurso quando eu já estava lá, ficou 3 meses comigo”.

Apaixonante

“Em julho de 1987, conheci Vitória. Fui designado para responder aqui”, devido à recente aposentadoria do juiz federal Oswaldo Horta Aguirre e das férias do outro magistrado, Romário Rangel.  “Eu vim e fiquei um mês em Vitória.  E minha família se apaixonou por esse local maravilhoso.  Quem não se apaixona, não é?  Pedi remoção para cá e aqui já nasceram duas netas, a mais velha, hoje com quase 25 anos, e essa que está aqui agora, Valentina, com 19 anos, fizemos amigos, trabalhei”, lembrou.

Ivan Athié recordou que sempre foi feliz e alegre nos locais onde trabalhou, “por isso deu tudo certo, eu acho.  Gosto dos meus funcionários.  Dra Neidy [Aparecida Emerick Torrezani, servidora com quem trabalhou na 4ª Vara Federal] que está por ali, trabalhamos juntos uns 12 anos mais ou menos, foi ótimo, maravilhoso.  Enfim, hoje aqui me sinto agradecido pelo reconhecimento, não é pela homenagem, mas sim pelo trabalho executado e pelas amizades que fiz”, agradeceu.

Familiares, amigos, juízes e servidores

O evento foi realizado na última sexta-feira, 30/6, no Prédio Sede da SJES, em Vitória, no mesmo local que abriga a galeria de Diretores do Foro do órgão, onde Ivan Athié ocupa a quarta posição, após ter sido diretor em dois períodos – no biênio 1989/1990 e de janeiro de 1998 a abril de 1999 -, lembrou o atual diretor do foro.

Na plateia, prestigiando o desembargador, familiares, amigos, advogados, juízes e servidores da SJES.

Veja fotos do evento na Galeria abaixo: