Aqui uma imagem de 1.80 m. de altura x 1,20 m. de largura, como uma grande mãe, foi multiplicada em dezesseis quadros de 0.30 x 0.45 m, divisão que gerou filhos da mesma fita genética. A forma da mãe foi assimilada pela nova geração, o corte ou a fissura (Smthison, 2010) cria o novo ser. Muitas janelas verticais próprias ao retrato, porém paradoxalmente usadas como paisagem que predomina no tema cidade: indivíduo/coletivo, público/privado, favela /prédio etc.
Como filha, que após desgrudar-se do cordão umbilical materno, passa a desenvolver-se individualmente, cada uma em seu próprio quadrado, curiosamente numeradas antes do corte, de forma decrescente, ou seja, o 16º retângulo é o 1º da 1º linha, na entrada superior esquerda, sentido de leitura dos textos das línguas ocidentais, da esquerda para direita, uma linha após a outra, de cima para baixo. Assim o último retângulo é o primeiro.
Posso usar a história da corrida entre a lebre a tartaruga, o mais rápido nunca alcança o mais lento, nada como a tempo para absorver com intensidade os conhecimentos contidos em cada instante.
O resíduo da construção civil gesso acartonado “dry wall” é o suporte que foi preparado com papel marche como base para o desenho em técnica mista: minerais, grafite, lápis de cor, sanguínea, tinta acrílica, spray, óleo, canetas esferográficas, poscas, pincéis, estêncil, colagem etc.
Todo o processo artesanal e industrial foi devidamente traduzido pelo 0 ou 1 do código binário que, agora virtual, atua como resistência cultural ao cenário de confinamento pandêmico.
A hologênese humana do mundo atual assim como a pintura “esfaqueada”, fragmentada, dividida, se desfaz e imediatamente se refaz, querendo sobreviver nesse tempo fora dos eixos como uma fênix. O importante é continuar a se transformar, circulando nas órbitas cada vez mais abertas do parafuso cósmico.
VIRTUAL