TNU entende que trabalho urbano não impossibilita concessão de aposentadoria rural
O tempo de atividade urbana significativamente menor que o do trabalho rural desempenhado durante a vida
de um trabalhador do campo não impossibilita a aposentadoria rural por idade, desde que sejam atendidos os
demais requisitos legalmente impostos para a concessão de tal benefício, quais sejam idade mínima que,
no caso do homem, é de 60 anos, e o cumprimento do período de carência pelo efetivo exercício do trabalho rural,
ainda que de forma descontínua.
Esse é o entendimento adotado pela Turma Nacional de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU)
que aprovou, em sessão realizada em 15 de janeiro de 2009, pedido de uniformização interposto contra o acórdão
da Segunda Turma Recursal da Seção Judiciária do Estado do Paraná.
O relator desse processo, o juiz federal Manoel Rolim Campbell Penna, julgou procedente o pedido do autor, por entender
que o curto espaço de tempo em atividade urbana – pouco mais de dois anos - não descaracteriza a predominância do
trabalho rural. Entendeu ainda que o tempo mínimo de carência, no caso 132 meses, foi suficientemente comprovado nas
instâncias anteriores. O juiz relator constatou que o autor, no período de 27 anos de trabalho com carteira assinada, teve oito
empregos urbanos, entretanto, somados, dão somente 4 anos, 9 meses e 15 dias, dos quais apenas 1 anos e 22 dias
durante o período de carência.
O juiz condenou o INSS a instituir o benefício em seu favor desde quando ele foi requerido, em 01/09/2004, devendo ainda
pagar ao beneficiário as prestações em atraso, corrigidas monetariamente, sendo que as devidas até o ajuizamento da ação
devem ser acrescida de juros de mora de 1% ao mês, contados da citação e, as vencidas no curso da ação receberem os
mesmos juros, mas desde quando vencida cada uma.
Processo 2007.70.95.01.4574-6
(Imprensa CJF)
Seção de Comunicação Social
Em 19/01/09
Às 13h46